domingo, 29 de setembro de 2013

Flores do Pessegueiro

     Podia enxergar, através do vidro arranhado da janela, as flores cor-de-rosa do pessegueiro. Luz do dia. Transparecia... Sob a árvore. "Sorria para a foto!". "Quer mais suco?". O sopro do vento trazia o cheiro das flores pra mim. Doce...
     Outro dia, início de semana. Mesma rotina. Café. Trabalhar... "Em casa, finalmente!". Uma xícara de chá. "Chá de pêssego!".  Deixei o chá esfriando no criado mudo. Conseguia sentir o aroma das flores daquele dia e, lembrar do jeito inibido que sorria, de como servia o suco... Do jeito que me arrancava risadas apenas com o olhar. Olhar carinhoso, confortante. Peguei no sono.  Sobre a grama cortada, percebia o infinito do céu e o canto simplório dos pássaros. Sentia que aquele momento poderia ser eterno, aquele sonho...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Tarde de Outono

Havíamos marcado de ir no parque. Lá tem pedalinho sabia? Gosto de sentir o calor dos raios de sol no meu rosto, o vento soprando os meus cabelos, meu reflexo na água translúcida e aquele sorriso lindo do meu lado. Concordamos em tomar um café. Corremos. "Vamos, já estão fechando!". "Vamos para o cinema?". "Duas pipocas médias, por favor!". Não conseguia parar de rir. Já sentia dor na barriga. Saímos do cinema. Começou a chover. "Como assim?" "Corre.". Pegou na minha mão e não soltou. Tudo já havia fechado. Nos abrigamos em baixo da tenda de uma lojinha. Acariciou meu rosto, me deu um abraço apertado e sussurrou "Não vou te largar nunca mais.".
Parecia impossível, mas enquanto passava por ali podia sentir todos aqueles olhares voltados para mim. Continuei caminhando em direção a estação, olhando pros meus pés. Caminhava cada vez mais rápido. Eu não estava atrasada. Comecei a correr. Me perguntei o por que e não soube responder. Corria mais rápido. Esbarrei em alguém, "Me desculpe.", não sei quem era, continuei correndo. Todos aqueles olhares me assustavam. Então, acordei com o despertador tocando, já eram 07:15. Corri para a cozinha tomar café. Escutei um rangido da madeira da escada. Tem alguém aqui. Fui para a cozinha, na ponta dos pés, olhando para todos os lados ao mesmo tempo. Chego lá, pão de forma, queijos, leite, aquilo é iogurte? Maçã, manga, morangos. Suco de laranja! Quem está aqui? Me aproximei da mesa e havia um bilhete. "Quero te ver de novo...".

Café da Manhã

      Naquela manhã acordei mais feliz do que em qualquer outro dia. Fiquei do lado de fora do quarto, mas perto o suficiente pra escutar qualquer ruído que saísse daquelas quatro paredes.
      A ansiosidade ia tomando conta de mim ao poucos, de mansinho... Assim como quando uma tempestade vai chegando... O céu vai escurecendo aos poucos, e em seguida caem uma, duas, três gotas de chuva. É algo totalmente inesperado, imperceptível... Mas é um sentimento incrível. Saber que aquela pessoa a qualquer momento pode sair dali e te dizer: "Bom dia..."