sábado, 23 de novembro de 2013

Um Quase Perfeito

     Aqueles beijos, que quando terminam só dão mais vontade de juntar nossos lábios novamente, aqueles abraços que ambos não querem se afastar, aquelas mãos dadas que ninguém quer soltar e aqueles olhares que ninguém desvia. As ofensas, os elogios, os tapas e os sorrisos.
     Acho que tudo isso me faz gostar mais ainda dele e, por mais que eu tente o contrário, não consigo, nem por alguns segundos.
     E tudo isso me faz lembrar do tempo que éramos somente melhores amigos. Não sabia na hora, mas eu amava aquelas briguinhas que tínhamos por bobagens e as piores desculpas que vinham depois.
     Eu amo o jeito que ele me olhava e que me olha, acho que isso já diz tudo sobre nós. Espero que ele sinta o mesmo, só isso. Por que eu estou amando cada segundo. É como se no momento tudo fosse esquecido, simplesmente.
     E digo como sua amiga, eu o amo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Esperar

Principalmente: e não queria ser a que disse isso em voz alta, ou nesse caso escrever, mas acho que tudo teria sido melhor e mais fácil se tivesse segurado aquele "NÃO" por mais algum tempo, até os dois terem deixado desse sentimento. Até tudo se acertar. Anteriormente, ambos tínhamos propósitos: Um correr atrás e, quando mais corria, mais se decepcionava e mais se percebia apaixonado por ela. E ela, que tinha a função de segurar aquilo até ter certeza de que estavam apaixonados o suficiente, pois apressar as coisas não daria em nada.
Tudo que leva tempo é melhor.
Se ela tivesse dito "sim" desde o princípio, onde estariam agora? Bem, ele nunca a teria conhecido bem o suficiente para saber que no fundo daqueles olhos claros e cabelos morenos que não param de ficar em sua boca, não tinha uma grande personalidade, mas sim apenas uma guria, sabe, como as outras, porém, pela qual nunca iria se apaixonar. E ela, que ele seria um ótimo amigo, que sempre sairiam juntos, mas nada demais.E ele não precisava ter feito tudo isso por ela, mas o que eram tudo isso, 5 meses, 6 talvez? Em que nenhum dos dois aguentava mais essa espera...
E essa palavra mágica é o que resta: "esperar", para ver no que que tudo isso vai dar... E quer saber? 
Que se dane no que que vai dar, que os dois aproveitem-se!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Devaneio

        Queria escrever algo. Um cartão, uma carta, um conto, um poema, um verso, um diálogo, uma história. Inspiração, cadê você? Não saia pela porta dos fundos, me dê pelo menos um tchau, até logo, nos vemos em breve. Dispenso seu adeus, prefiro um nos falamos mais tarde. Não sou fã de despedidas, ainda mais quando elas são para sempre. Mas então, lembro-me dos contos de fadas que lia quando criança e todos aqueles "E todos viveram felizes para sempre!", e simplesmente me dei de conta que nem todos eles eram verdadeiros. O que realmente aconteceu com a Bela Adormecida e seu príncipe? Ou com a Branca de Neve e os sete anões? E a Rapunzel, a Cinderela e a Pequena Sereia? Nada é para sempre. E quando olhei para trás, te achei, óh inspiração.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Desabafo

         As vezes penso que nunca vou conseguir sair desse labirinto. O que é isso realmente? Eu não consigo ter certeza de absolutamente nada. Nunca pensei que chegaria a esse ponto. Minhas ideias sobre tal situação estão mais agitadas que as células do meu sangue quando o enxergo e meu coração dispara. Não suporto o jeito que me sinto dependente de tal coisa, chegando a um ponto onde não tenho mais forças para seguir em frente. Ao modo que vou me dividindo, e todos esses pensamentos vão se misturando e se confundindo, vou me fragmentando, e percebendo que cada vez mais estou me matando por dentro. Sinto um aperto forte no peito sempre que sou abraçada, mãos próximas, dedos se encostando e de repente estão entrelaçados e suados. Não sei mais, eu simplesmente não sei mais o que fazer... Toques calorosamente carinhosos em meu rosto vão construindo um sorriso que passa despercebido em meus lábios enquanto aqueles olhos pequenos e ingênuos encaram os meus me fazendo sentir mais tranquila a cada segundo que passa. Alguma sugestão? Não, nenhuma. Sempre a mesma resposta para tais questionamentos. Silêncio. Parece uma prova. Você lê o enunciado da questão e em seguida as alternativas e as vai eliminando até ficar com duas opções, onde se sabe que uma delas é tão errada quanto as outras, mas a outra é a que provavelmente vai mudar a sua nota, vai dizer se você vai passar ou não no teste, vai ou não te passar de ano e garantir seu diploma. Então você pensa, e se eu errar? E se fizer a escolha errada? E se...

domingo, 27 de outubro de 2013

Verso Inverso

         O sopro quente do vento anunciava a chegada do verão. As roupas curtas e coloridas tomavam conta das vitrines das lojas, as toalhas quadriculadas da grama do parque, as redes de vôlei e os baldinhos e pazinhas de plástico da areia da praia. Sentir a água do mar passando por entre os dedos dos pés trazia de volta aquela sensação de férias. Aquelas bolas de praia e todas aquelas pipas que voavam e coloriam o céu me deixavam feliz. O pessoal marcou de fazer uma fogueira aqui hoje de noite. O que iluminava as pedrinhas minúsculas por sob nossos pés e a espuma que a água fazia quando as ondas quebravam eram as estrelas e a lua. Não havia nem sinal de nuvem. A cantoria sempre em sintonia, nem parecia que não nos víamos desde a formatura. Já sentia saudade do tempo de turma unida. Saudade da turma. Saudade de um certo alguém... Quando fui mergulhar pude perceber a correnteza embalando meus cabelos. Ao sair da água e ir me aproximando da areia notei que mais uma pessoa havia se juntado ao grupo. Tentei ser discreta ao chegar perto da fogueira. Coloquei o shorts e me sentei na roda, a espera de um oi. Sentia olhos ansiosos voltados para mim, a procura de uma resposta, mas evitava o diálogo. Todos adormeceram. Então peguei meus chinelos e fugi por aí...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Ontem

         Consigo sentir o chão tremer. O som é muito alto. Quando se aproxima de mim e pega na minha mão, elas e minhas pernas vão ficando cada vez mais trêmulas, mal consigo me segurar em pé. Nossos dedos entrelaçados faziam minha mão suar. Eu estava tão nervosa. Tentava manter uma conversa, mas... Trocamos olhares por uns 2, 3 segundos quando fomos sentar. A música alta impedia um diálogo, mas só de estar ali eu já ficava inquieta. Eu precisava respirar um pouco de ar puro... "Aqui fora está frio." "Quer meu casaco?". Pude ir dormir tranquila aquele dia. Então, de repente, o sol vai invadindo o quarto, passando pelas frestas da persiana sem ao menos pedir licença... 
         Naquela manhã acordei mais feliz do que em qualquer outro dia...

sábado, 5 de outubro de 2013

         E ele caiu em depressão...
         
         A janela com cristais de gelo não mostravam mais o seu reflexo. Estava sóbrio? Será? A loucura então o tomou, assim como em um dia de chuva depois de uma seca, quando as nuvens espalham-se pelo céu e não se pode enxergar mais uma estrela sequer... A vontade saiu pela porta da frente sem ao menos dar adeus, e a felicidade já havia morrido... Ele se aproxima de uma figura, embaçada. Dificilmente, é feita uma troca de olhares, e o nada a levou consigo naquele instante. Um furacão de perguntas invadiu sua cabeça e a morte chegou com as respostas.          
         Assim que ele deu adeus, ela derramou uma, apenas uma lágrima, mas não era de tristeza. A felicidade estava estampada em sua face. A garota inocente se mantia forte naquele momento, e foi se afastando aos poucos enquanto a brisa começava a soprar mais forte. Um temporal de vento se formou e o corpo foi coberto pela neve, branca, pura... Ele foi em paz? Não sei. A pergunta calou fundo e nunca mais se ouviu falar de uma família feliz.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Grãos de Areia


Decidi-me. 

Cheguei na estação, não saberia que rumo tomaria, mesmo assim comprei passagem para o próximo trem. Enquanto esperava, gotas de água saíam de meus olhos. "Eram só os grãos de areia voando com o vento", disse a mim mesma.
Carregava em minhas costas apenas uma mochila com carteira, algumas roupas e objetos de higiene. Podia ter ficado com tudo isso em casa... Com ele. Mas meu sonho falava mais alto.
Pisei no primeiro degrau do trem. Minhas pernas trêmulas não aguentavam meu próprio peso. Enquanto entrava, podia jurar que ele vinha atrás de mim, que havia me procurado, que tentaria impedir a minha partida, correndo ofegante para chegar a tempo, declarando-se enquanto eu cheirava aquele buquê de flores que trouxera. "Bem coisa de filme", exato, "de filme", pensei.
Sentei-me no banco mais próximo do final do trem perto da janela, seria mais fácil de escutá-lo. O trem já se locomovia, as lágrimas continuavam caindo, mas agora não havia nenhum vento ou grãos de areia. Tentei escutar alguma música e acabei caindo no sono. 
"Olá".
 Acordaram-me.
 "Aceita uma xícara de café?". 
Ao ouvir esta voz, involuntariamente um sorriso se formou por baixo de meus lábios.

domingo, 29 de setembro de 2013

Flores do Pessegueiro

     Podia enxergar, através do vidro arranhado da janela, as flores cor-de-rosa do pessegueiro. Luz do dia. Transparecia... Sob a árvore. "Sorria para a foto!". "Quer mais suco?". O sopro do vento trazia o cheiro das flores pra mim. Doce...
     Outro dia, início de semana. Mesma rotina. Café. Trabalhar... "Em casa, finalmente!". Uma xícara de chá. "Chá de pêssego!".  Deixei o chá esfriando no criado mudo. Conseguia sentir o aroma das flores daquele dia e, lembrar do jeito inibido que sorria, de como servia o suco... Do jeito que me arrancava risadas apenas com o olhar. Olhar carinhoso, confortante. Peguei no sono.  Sobre a grama cortada, percebia o infinito do céu e o canto simplório dos pássaros. Sentia que aquele momento poderia ser eterno, aquele sonho...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Tarde de Outono

Havíamos marcado de ir no parque. Lá tem pedalinho sabia? Gosto de sentir o calor dos raios de sol no meu rosto, o vento soprando os meus cabelos, meu reflexo na água translúcida e aquele sorriso lindo do meu lado. Concordamos em tomar um café. Corremos. "Vamos, já estão fechando!". "Vamos para o cinema?". "Duas pipocas médias, por favor!". Não conseguia parar de rir. Já sentia dor na barriga. Saímos do cinema. Começou a chover. "Como assim?" "Corre.". Pegou na minha mão e não soltou. Tudo já havia fechado. Nos abrigamos em baixo da tenda de uma lojinha. Acariciou meu rosto, me deu um abraço apertado e sussurrou "Não vou te largar nunca mais.".
Parecia impossível, mas enquanto passava por ali podia sentir todos aqueles olhares voltados para mim. Continuei caminhando em direção a estação, olhando pros meus pés. Caminhava cada vez mais rápido. Eu não estava atrasada. Comecei a correr. Me perguntei o por que e não soube responder. Corria mais rápido. Esbarrei em alguém, "Me desculpe.", não sei quem era, continuei correndo. Todos aqueles olhares me assustavam. Então, acordei com o despertador tocando, já eram 07:15. Corri para a cozinha tomar café. Escutei um rangido da madeira da escada. Tem alguém aqui. Fui para a cozinha, na ponta dos pés, olhando para todos os lados ao mesmo tempo. Chego lá, pão de forma, queijos, leite, aquilo é iogurte? Maçã, manga, morangos. Suco de laranja! Quem está aqui? Me aproximei da mesa e havia um bilhete. "Quero te ver de novo...".

Café da Manhã

      Naquela manhã acordei mais feliz do que em qualquer outro dia. Fiquei do lado de fora do quarto, mas perto o suficiente pra escutar qualquer ruído que saísse daquelas quatro paredes.
      A ansiosidade ia tomando conta de mim ao poucos, de mansinho... Assim como quando uma tempestade vai chegando... O céu vai escurecendo aos poucos, e em seguida caem uma, duas, três gotas de chuva. É algo totalmente inesperado, imperceptível... Mas é um sentimento incrível. Saber que aquela pessoa a qualquer momento pode sair dali e te dizer: "Bom dia..."